Com reconhecimento internacional pela Organização Mundial de Saúde Animal, OMSA, Santa Catarina comemorou hoje, 16 anos como área livre, sem vacinação, de Febre Aftosa.
O status sanitário diferenciado, como referência em saúde animal e defesa agropecuária, foi fundamental para que o Estado se tornasse o maior produtor e exportador de carne suína de todo o país, além de abrir as portas para os mercados mais exigentes e competitivos do mundo. Assegura ao Estado, por exemplo, o primeiro lugar na exportação de carne suína entre todas as unidades da federação e diferenciais também para exportação de carne bovina. Atualmente, a produção catarinense é comercializada em mais de 150 países e os embarques de produtos de origem animal respondem por 38% de todo comércio internacional catarinense.
“A segurança dos nossos rebanhos é o diferencial e o que colabora para a conquista de mercados nacionais e internacionais. O setor agropecuário é estratégico para a economia de Santa Catarina e por isso vamos continuar investindo nesse grande trabalho feito pela Cidasc”, frisou o governador Jorginho Mello.
Santa Catarina foi o primeiro a erradicar a doença no Brasil. Em 1952, após a criação da Secretaria da Agricultura em Santa Catarina e implantação do Serviço de Defesa Sanitária Animal, o Estado deu início ao combate à Febre Aftosa. A vacinação dos bovinos continuou até o ano 2000, onde a participação de vacinadores do Programa Agulha Oficial foi fundamental para que a doença não fosse mais identificada em propriedades de Santa Catarina. O último foco foi identificado em propriedades catarinenses no ano de 1991 e, em 1993, houve o registro oficial do último foco de Febre de Aftosa no Estado, em um abatedouro, em animais vindos de fora do nosso território.
SEM FOCO DA DOENÇA
O último foco de febre aftosa em Santa Catarina ocorreu em 1993 e a partir de 2000 foi suspensa a vacinação contra a doença. Em 25 de maio de 2007, representantes do Governo do Estado compareceram à 75ª Assembleia Geral da antiga OIE (hoje OMSA), realizada no período de 20 a 25 de maio de 2007, em Paris, para receber o certificado que fez do estado a única Zona Livre de Febre Aftosa sem vacinação do Brasil.
Para a presidente da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), Celles Regina de Matos, a manutenção do status sanitário por 16 anos é resultado de ações importantes do Governo de Santa Catarina, Secretaria de Estado da Agricultura, e do profissionalismo de todos os médicos veterinários e demais técnicos da companhia junto aos produtores rurais, além de entidades públicas e privadas ligadas ao setor produtivo.
“O trabalho incansável realizado há décadas em Santa Catarina resultou na conquista do certificado internacional de Zona Livre de Febre Aftosa sem Vacinação. É um marco que elevou o status sanitário do estado no mercado internacional. Sem dúvida estamos colhendo os frutos dessa conquista, um retorno muito positivo na sanidade e qualidade do rebanho, quanto para a comercialização dos produtos de origem animal”, comemora.
STATUS SANITÁRIO
A Cidasc é o órgão oficial responsável pela defesa agropecuária em Santa Catarina, e empenha-se, diariamente, para que o status sanitário de excelência seja mantido, por meio de programas de sanidade animal, do serviço de inspeção de produtos de origem animal e da fiscalização agropecuária realizada nos 58 postos de fiscalização fixa, que a companhia mantém na fronteira com a Argentina e nas divisas estaduais, que funciona o ano inteiro, 24 horas por dia, 7 dias por semana, para garantir um dos maiores patrimônios do Estado: a sanidade agropecuária de Santa Catarina. Além do controle do trânsito de animais e produtos de origem animal nas fronteiras, em Santa Catarina todos os bovinos e bubalinos são identificados e rastreados.
“A rastreabilidade é uma ferramenta poderosa para as ações em Defesa Sanitária Animal, com a possibilidade de identificarmos as movimentações dos animais de forma individualizada, podendo-se saber “por onde” cada animal passou e onde pode ter contraído ou “deixado” alguma doença. Todo esse processo traz resultados positivos, podemos aplicar ao controle das doenças, também vem se estabelecendo como importante fator na disputa por mercados, e, novamente Santa Catarina já está um passo à frente”, comenta Celles.
Em Santa Catarina não é permitida a entrada de bovinos provenientes de outros estados que não tenham o reconhecimento pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) de Zona Livre de Febre Aftosa sem Vacinação. Para que os produtores tragam bovinos, ovinos, caprinos e suínos criados fora de Santa Catarina é necessário que os animais passem por quarentena tanto na origem quanto no destino e que façam testes para a febre aftosa, exceto quando destinados a abatedouros sob inspeção para abate imediato.
O Governo do Estado mantém ainda um sistema permanente de vigilância para demonstrar a ausência do vírus de febre aftosa em Santa Catarina. Continuamente, a Cidasc realiza inspeções clínicas nos rebanhos, além de dispor de uma estrutura de alerta para a investigação de qualquer suspeita que seja notificada pelos produtores ou por qualquer cidadão. A iniciativa privada também é uma grande parceira nesse processo, por meio do Instituto Catarinense de Sanidade Agropecuária (Icasa).
HISTÓRICO NACIONAL
A primeira Zona Livre de Febre Aftosa com Vacinação foi implantada em 1998 e envolveu o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Em 2000 e 2001, foram registradas reintrodução do vírus da Febre Aftosa no Rio Grande do Sul, que decidiu pelo retorno da vacinação, já Santa Catarina reforçou a fiscalização nos Postos de Fiscalização Agropecuários, nas divisas e se manteve no propósito de erradicar a doença e não vacinar o rebanho. Em 2007, a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) reconheceu a Primeira Zona Livre de Febre Aftosa sem Vacinação do país – o Estado de Santa Catarina, que se mantém até hoje.
O mês de maio, dedicado às ações de promoção da sanidade dos animais de produção, em Santa Catarina, e agora no Brasil, se deve muito ao marco da certificação da Febre Aftosa, em Santa Catarina. E da estrutura, que o governo mantém (profissionais, laboratórios, equipamentos especializados, postos fixos de fiscalização agropecuários, educação sanitária realizada nas escolas e nas universidades), que a Certificação de Zona Livre de Febre Aftosa seja mantida e os negócios da pecuária catarinense continuem prósperos e exemplares.