A decisão da juíza federal Marjôrie Cristina Freiberger, de mandar soltar da cadeia os investigados em crimes com os recursos do programa de Ensino a Distância na Universidade Federal de Santa Catarina, poder atrapalhar o curso normal do inquérito pela Polícia Federal.
A própria delegada Érika Malik Marena, intimada pela juíza, insistiu na manutenção das prisões para que, sem pressão dos envolvidos, outras testemunhas pudessem ser ouvidas pela polícia. A juíza não aceitou os argumentos e mandou soltar o reitor da UFSC, Luiz Carlos Cancellier e outros quatro envolvidos no esquema. Na sexta-feira, o grupo foi preso pela Polícia Federal sob suspeita de desvio de finalidades e recursos do programa Ensino a Distância que, a partir de 2007, liberou para a UFSC cerca de 81 milhões de reais.
Mas, nos últimos dois anos, a Controladoria Geral da União – CGU, passou a questionar a UFSC sobre processos que abriam vantagens indevidas aos beneficiários do projeto, cerca de 21 milhões de reais, como superfaturamento em aluguéis de carros com preço de mercado mil reais mas com notas de serviços de até seis mil, diárias que extrapolavam valores e direitos, benefícios irregulares a pessoas sem qualificação de graduação, parentes de gestores do programa, repartição com gestores de valores recebidos e até um motorista da UFSC ganhou a bolsa de ensino superior. Gravações de conversas entre gestores do programa identificam propostas de autênticas propinas para liberação de dinheiro do MEC.