Baseado na avaliação de risco da varíola dos macacos sobre a população catarinense e seus impactos para a saúde pública, a Secretaria Estadual da Saúde definiu um plano de contingência para prevenir aumentos de casos. Até o dia 12, foram notificados 208 casos suspeitos da doença, dos quais 22 foram confirmados, 40 foram descartados e 146 estão em investigação. A maior parte dos confirmados diz respeito a homens entre 25 a 50 anos de idade. Desse total, quatro casos precisaram ser hospitalizados, enquanto os demais tiveram atendimento ambulatorial, mantendo o isolamento domiciliar até a remissão total dos sintomas. Nenhuma morte foi registrada até o momento.
O superintendente de Vigilância em Saúde, Eduardo Macário, acrescenta quer foram definidos três níveis de resposta, sendo que cada um é baseado na avaliação do risco da doença afetar Santa Catarina e seu impacto para a saúde pública.
O primeiro nível corresponde a uma situação em que o risco é mais ameno, onde a resposta será feita por órgãos e instituições mais relacionados com a competência de detectar, investigar, manejar e notificar casos potencialmente suspeitos. No segundo nível, quando há confirmação de casos e o risco de epidemia é significativo, prevê-se a alocação de recursos adicionais e o apoio complementar da esfera estadual. Enquanto no nível três, quando há transmissão local ou reconhecimento de declaração de emergência, a Secretaria da Saúde planeja atuar em duas fases imediatas: contenção e mitigação. É considerada transmissão comunitária quando não é mais possível identificar a origem da infecção.
O plano visa principalmente oferecer condições para identificação precoce da doença, evitando o alastramento nos públicos mais vulneráveis, que são crianças, gestantes e imunocomprometidos. “Esse plano aponta para uma gestão harmoniosa com regras claras para cada esfera e construção de referências internas”, assinala o superintendente de vigilância em saúde, Eduardo Macário.
A DOENÇA
A varíola dos macacos é uma doença causada pelo vírus monkeypox, descoberto em 1958. A transmissão se dá, principalmente, por contato próximo, pessoal, muitas vezes pele a pele, como: contato direto com erupção cutânea, feridas ou crostas das lesões; contato com objetos, tecidos (roupas, roupas de cama ou toalhas) e superfícies que foram usadas por alguém com a infecção; através de gotículas respiratórias ou fluidos orais de uma pessoa infectada.
No início, sintomas como dor de cabeça, febre, calafrios, dor de garganta, mal-estar, fadiga e aumentos nos linfonodos (gânglios) podem ocorrer. Logo depois vêm as erupções cutâneas que costumam iniciar no rosto e se espalhar para as demais partes do corpo. O período de incubação é de 6 a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias e os sinais e sintomas duram de 2 a 4 semanas.
COMBATE À DOENÇA
No momento, no Brasil, não há vacina contra a Varíola dos Macacos disponível, porém o Ministério da Saúde avalia a incorporação em situações específicas para públicos mais vulneráveis e para bloqueios de transmissão.
Com relação a outras formas de prevenção, como a transmissão ocorre por gotículas respiratórias e contato próximo, medidas gerais como o uso de máscara, evitar ambientes fechados e com aglomerações e a higiene frequente das mãos, ajudam no controle da doença.