SÃO JOSÉ: PROFESSORES SÃO FORMADOS PELO SISTEMA BRALLE

Com formação especial destinado aos professores que trabalham diretamente com alunos cegos em sala de aula e nos polos e de Atendimento Educacional Especializado, a secretaria Municipal de Educação de São José, vem realizando cursos de   qualificação e formação de professores que lecionam para alunos que sofrem de deficiência visual total. Na semana passada, o aperfeiçoamento foi realizado na Casa do Educador, como  primeira etapa dessa formação. Ao todo, são sete encontros presenciais e três virtuais, com 4 horas de duração cada, totalizando 40 horas.

A coordenação dessa formação é realizada pela equipe do Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual (CAP), da Secretaria Municipal de Educação. “O CAP foi implementado em São José, em 2017, com a responsabilidade de produzir e fornecer os livros didáticos no formato acessível em Braille, ampliados e digitalizados.

Além de produzir materiais adaptados para os alunos cegos e de baixa visão. A produção desses livros segue as normas estabelecidas pela Comissão Brasileira de Braille. Os materiais adaptados em relevo e de apoio são solicitados pelas escolas conforme a demanda”, explica a coordenadora do Centro de Referência em Educação Especial (CREE), Izolete Venâncio.

A equipe do CAP é composta por três profissionais, sendo dois transcritores: Átila Lisboa – professor e Tatiana Passig – pedagoga, e um revisor de Braille: Josué Leandro da Rosa Coelho – pedagogo. Josué, que é cego, esclarece que o Braille – composto por códigos – é muito vasto e que a ideia é que os professores tenham as noções básicas do método. “São muitos símbolos, que devem ser aprendidos por etapas, respeitando o ritmo de cada pessoa. Os principais artigos que tratam a respeito da educação para cegos colocam o sistema Braille como o mais eficaz, por ser totalmente acessível em qualquer lugar do mundo”, destaca.

INSTRUMENTOS EM BRAILLE

Um dos recursos usados e disponíveis nas escolas municipais é a Reglete, que significa régua em francês. A Reglete é um dos primeiros instrumentos desenvolvidos para a escrita Braille de forma manual. Além desta, é disponibilizada a máquina de datilografia Braille, tradicional máquina de escrever que se tornou referência mundial por sua qualidade e eficiência. “Sabemos que hoje uma imensa gama de tecnologias facilita o cotidiano das pessoas cegas, mas o Braille ainda tem grande importância por se tratar do processo de leitura e escrita universal oportunizando o acesso ao conhecimento e favorecendo o processo de inclusão. Outro recurso que será tema na formação é o soroban, instrumento de cálculo matemático usado pelas pessoas cegas”, complementa Tatiana.

A secretária Municipal de Educação, Ana Cristina Hoffmann, ressalta a importância da formação continuada dos profissionais para a qualidade de ensino oferecida às crianças e aos adolescentes da rede municipal. “É nossa responsabilidade proporcionar a inclusão dos estudantes com deficiências no ensino regular. Nesse contexto, também é fundamental a capacitação dos professores de educação especial para a prática pedagógica com os recursos adequados”, afirma.

CENTRO DE REFERÊNCIA

O CAP integra o Centro de Referência em Educação Especial (CREE), setor da Secretaria Municipal de Educação. Além dos profissionais do CAP, o CREE é formado por uma equipe multidisciplinar, composta por profissionais de pedagogia, psicologia e fonoaudiologia, que prestam assessoria às unidades escolares da rede municipal de ensino e conta ainda com 18 polos de AEE.

O CREE está localizado na Rua Silvia Maria Fabro, 97, no bairro Kobrasol. O horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 7h às 12h e das 13h às 19h. Fone: (48) 3288 4374.

 

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