No final de novembro, a Agência Nacional do Petróleo realizou um leilão para a exploração econômica de gás de xisto. Mas, segundo especialistas, a atividade oferece sérios riscos de contaminação. O assunto também está sendo discutido na Assembleia legislativa de Santa Catarina.
Como consequência, o deputado Vicente Caropreso(PSDB) organizou hoje uma visita técnica a uma Unidade de Industrialização do Xisto na cidade de São Mateus, no Paraná, onde pode conhecer e entender como é realizada a exploração do Xisto.
Acompanhado do deputado Fabiano da Luz (PT) e de Emerson Bacil, deputado estadual do Paraná e de equipes técnicas, o parlamentar conheceu o interior da usina e o processo de exploração.
“Papanduva,em Santa Catarina, vive o dilema de explorar ou não explorar o xisto e qual método utilizar para fazer essa retirada. Por isso foi extremamente importante o auxílio do deputado paranaense Emerson Bacil, que nos acompanhou nesta visita técnica na usina, quando foi possível sanar muitas dúvidas. Foi uma grande aula, um grande aprendizado e certamente nós deu muito mais embasamento para que possamos avaliar esta questão. Estamos aqui para verificar in loco como é feito este processo e avaliar os eventuais riscos ao meio ambiente e a saúde das pessoas”, disse Caropreso.
O deputado também participou de Audiência Pública realizada hoje pela Assembleia Legislativa em Papanduva, ocasião em que se discutiu com a comunidade a possibilidade de extração de óleo de Xisto no Planalto Norte Catarinense, o que tem causado preocupação entre a comunidade regional.
GÁS DO XISTO
O gás de xisto é usado para produzir gás natural que serve de combustível para indústrias e veículos. Os Estados Unidos são o país com maior experiência na exploração do gás, mas outros países, como a França, proibiram a exploração, por causa dos riscos de contaminação ambiental. O Brasil é o segundo país com as maiores reservas de Xisto do mundo e Santa Catarina é um dos seis estados brasileiros que possuem estas reservas.Tramita na comissão de constituição e justiça da Assembleia Legislativa um projeto de lei que proíbe a exploração do Xisto ou qualquer de seus derivados no Estado de Santa Catarina.
TÉCNICAS DE EXPLORAÇÃO
A exploração do gás de xisto utiliza a técnica do fraturamento hidráulico. A usina precisar ficar perto de um grande reservatório de gás. O poço é instalado e a perfuração segue vertical até encontrar as rochas de xisto. A partir daí, a tubulação passa a ser horizontal. Grandes quantidades de água e produtos químicos são despejadas no duto. O jato de alta pressão provoca explosões que fragmentam a rocha e liberam o gás.
Para que o buraco não se feche novamente, são injetadas grandes quantidades de areia.
As empresas que vão explorar o gás terão que desenvolver novos estudos sobre os riscos de contaminação. Uma das áreas mais disputadas no leilão da Agência Nacional do Petróleo foi a bacia do Rio Paraná, que fica em cima do maior reservatório de água subterrânea do mundo, o aquífero Guarani, que abastece as regiões Sul e Sudeste.