HERCÍLIO LUZ: MAIS DE TRINTA CONTRATOS. E O “CALVÁRIO” CONTINUA

Resultados da agonia e do martírio da Ponte Hercílio Luz: desde 1982, quando houve a interdição, o governo do Estado assinou mais de 30 contratos com 14 empresas de manutenção e recuperação. Durante esse “calvário”, o governo  desembolsou, até agora,  mais de R$ 700 milhões.

Com esses dados, a CPI, em curso na Assembléia Legislativa, que investiga eventuais irregularidades nas obras da Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, já iniciou a análise dos contratos firmados pelo governo catarinense.

De acordo com o presidente da CPI, deputado Marcos Vieira , a partir do aprofundamento da análise dos documentos, a comissão dará início aos convites e às convocações de depoentes que possam colaborar para os trabalhos de investigação.

CONTRATOS E MAIS CONTRATOS

Conforme o levantamento, entre 1982 e 1989, não há muitos documentos sobre as contratações feitas pelo Estado para obras na Hercílio Luz.

Já entre 1990 e 2005, foram celebrados nove contratos, voltados apenas à manutenção e conservação da ponte, sem foco na sua reabertura. Ao todo, quatro empresas foram beneficiadas, além da UFSC.

De 2006 a 2014, são cinco contratos, os primeiros voltados à restauração total da ponte para sua reabertura. Já de 2014 até os dias atuais, são mais de 10 instrumentos contratuais, que ainda estão em andamento, com quatro empresas envolvidas, entre elas o Grupo Teixeira Duarte, que atualmente é a responsável pelas obras na Hercílio Luz.

Dois procedimentos estão em andamento. Um deles é uma representação do Ministério Público do Tribunal de Contas de Santa Catarina (MPTC-SC), de 2015, que analisa contratos de R$ 563 milhões. O outro é a ação civil pública movida no ano passado pelo Ministério Público Estadual (MPSC), com foco nos dois contratos maiores, no valor total R$ 233 milhões.

Com base nesses dados, a CPI quer avaliar se houve danos ao erário público e quem foram os responsáveis pelos eventuais danos. O objetivo também é apurar a parcela de responsabilidade do estado e das empresas nesses eventuais danos, além de verificar se, caso ocorresse manutenção periódica, a ponte poderia ser recuperada a um custo menor.
A análise dos documentos já foi iniciada e será intensificada, com o reforço de três servidores vindos do Tribunal de Contas de Estado.

1 COMENTÁRIO

  1. Isso quer dizer que a reforma encontra-se paralisada? Daqui a pouco terão que refazer o que já foi refeito, e mais e mais coisas vão estragar. Até que ponto esta CPI é benéfica?

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