Mais de 70 mil fiéis partIciparam neste final de semana da 252ª Procissão do Senhor dos Passos, uma das maiores e mais tradicionais comemorações religiosas em Santa Catarina e com repercussão nacional.. O governador Eduardo Pinho Moreira e o prefeito Gean Loureiro acompanharam a procissão deste domingo, conduzindo uma das hastes do Palio – espécie de cobertura que identifica o Bispo da arquidiocese.
“Na grandiosidade de uma celebração como esta, fica valorizada a importância da fé, que une as pessoas e reforça valores e princípios para a construção de uma sociedade mais justa e humana”, destacou Moreira, que complementou: “Vivemos momentos em que cresce a importância da religião, independente de credo, como força orientadora de uma convivência entre irmãos.”
Partindo da Catedral Metropolitana a imagem do Senhor dos Passos percorreu ruas centrais de Florianópolis e, de volta à frente da Catedral, encontrou a imagem de Nossa Senhora das Dores. O momento foi marcado pela pregação do arcebispo Dom Orlando Brandes, da arquidiocese de Aparecida, em São Paulo. Como tema central do sermão, o religioso orientou que o amor de Jesus deve inspirar o povo em qualquer situação. “A falta de paz no mundo não é só por falta de Justiça, mas por falta de amor. Quem não é amado é triste, é agressivo, ciumento, possessivo, é infeliz”, pregou.Na sequência, as imagens seguiram juntas até a Capela Menino Deus, do Hospital de Caridade. Na calçada, dona Claudete Gerb não conteve as lágrimas ao olhar para as imagens. Estava emocionada porque o marido, que sempre a acompanhava na Procissão, faleceu há quatro meses. “Estaríamos juntos hoje, como sempre fazíamos. É um momento de muita emoção e de vir pedir a Nossa Senhora e ao Senhor dos Passos, paz e saúde pra toda a minha família”, disse a devota.Como último ato da procissão, na chegada das imagens à Capela Menino Deus, o arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck, fez a benção final.
A tradição de fé e devoção começou em 1766, dois anos depois de uma embarcação com destino à cidade de Rio Grande (RS) ter atracado na Ilha do Desterro trazendo a imagem baiana de Senhor Jesus dos Passos. A vinda da escultura que retrata o sofrimento de Jesus Cristo crucificado se tornou símbolo de devoção. Depois de pelo menos três tentativas frustradas de levar a imagem ao destino final, a interpretação foi de que a vontade divina era de que a imagem permanecesse em Florianópolis. Hoje, a Procissão do Senhor dos Passos é Patrimônio Cultural Imaterial de Santa Catarina.
(Fonte/fotos: SECOM SC)