O prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, foi preso preventivamente na manhã de hoje pela Operação Caronte, comandada pelo GAECO, Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e o GEAC, Grupo Especial Anticorrupção. Além do prefeito, outros nove investigados, como empresários e agentes públicos, foram presos, todos indiciados pela justiça no dia 20 de agosto.
As ordens de prisão foram expedidas pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina, pelos crimes de organização criminosa, fraudes licitatórias e contratuais, corrupções, crimes contra a ordem econômica e economia popular envolvendo a concessão de serviço funerário na cidade de Criciúma. Os mandados foram cumpridos também nas cidades de Florianópolis, Jaraguá do Sul e São José.
Na primeira fase do processo , foram presos 7 investigados. Com o cumprimento das prisões no dia de hoje, agora todos os 17 integrantes da organização criminosa encontram-se presos preventivamente. Os presos foram submetidos a exame de corpo de delito e levados para o sistema prisional.
ENVOLVIMENTO DO PREFEITO
O prefeito Clesio Salvaro, segundo a denúncia do Ministério Público de Santa Catarina, teve participação direta no processo de seleção de empresas do serviço funerário de Criciúma: “O prefeito agiu em concurso com o Secretário Bruno Ferreira e os demais empresários e colaboradores, pois ele sabia da situação envolvendo os serviços funerários e, ademais, foi o responsável por, ainda no ano de 2022, encaminhar para a Câmara de Vereadores projeto de lei reduzindo o número de funerárias de 6 para 4, a pedido de Jefferson Monteiro, com quem participou de reuniões versando sobre a licitação em voga, atendendo aos interesses do grupo empresarial, além de fazer a inauguração da Central de Serviços Funerários em agosto de 2023, vindo até a exibir em suas redes sociais imagens do caixão gratuito e dos caixões tabelados que estariam 1 na Central (urnas muito melhores do que aquelas que efetivamente seriam disponibilizadas ). Não fosse o suficiente, o prefeito teve contato com os empresários do setor funerário, tendo permitido que eles cobrassem os valores que quisessem (“pode meter a faca”), conforme fala interceptada do denunciado Gineides Junior”.
Em outro trecho da denúncia, o Ministério Público aponta que “o prefeito municipal, poucos dias após assinar o Decreto n. 1867/23, que regulamentava os serviços funerários nos exatos termos da legislação municipal e do edital da licitação, assinou outro Decreto, de n. 1997/23, cuja minuta foi elaborada pelos próprios empresários de Florianópolis, para permitir, além de outras vantagens, a entrega da administração da Central de Serviços Funerários aos empresários. Ou seja, assinou o primeiro apenas para dar uma aparência de legalidade e, na sequência, editou outro ato normativo, cuja iniciativa e finalidade eram manifestamente viciadas”.