Pré-candidato ao governo de Santa Catarina, Gelson Merisio (PSD) reuniu 350 lideranças empresariais e comunitárias no auditório da OAB em Joinville, convidados também pelo vereador Ninfo König (PSB), para a palestra “Pensando SC” na noite de ontem.
De acordo com Merisio, foi o momento para apresentar propostas e ouvir sugestões diretamente das pessoas. A premissa parece ter cumprido seu papel e a ideia é levar esse modelo de diálogo para outros municípios que são referência de desenvolvimento em Santa Catarina.
“Até muito pouco tempo enfrentar temas difíceis praticamente inviabilizava projetos eleitorais. A grande virtude da proliferação de veículos de comunicação e das redes sociais foi levar muito mais informação para as pessoas, e isso nos permitirá fazer mudanças radicais e profundas, porque a sociedade conhece e entende os problemas do nosso sistema atual. Falar a verdade e fazer o que precisa ser feito”, afirmou Merisio.
EXTINÇÃO DE 1.260 CARGOS COMISSIONADOS
Ganhou destaque uma nova informação. Merisio já tinha reafirmado seu compromisso de cortar 1260 dos 1460 cargos comissionados do governo estadual caso eleito. Agora, revelou sua intenção de que 50% dos 200 cargos restantes sejam preenchidos por mulheres, aumentando a participação feminina nas decisões de políticas públicas. “Nas mulheres temos um celeiro de oportunidades e talentos que estão sendo desperdiçados pela baixa representação na política”, justifica o pré-candidato, que foi empresário e presidente da Facisc antes de entrar na vida pública.
O que era para ser uma palestra com duas ou três perguntas, ao final acabou se tornando quase um debate, com Merisio ficando mais de uma hora conversando com os presentes e respondendo perguntas sobre segurança pública, esporte, saúde, infraestrutura e educação, tema que ganhou destaque.
Merisio foi questionado sobre o desafio de manter professores e alunos motivados em um cenário de muito pouco uso de tecnologia na sala de aula. “O professor é uma das poucas profissões que, se uma aula parasse 50 anos atrás e fosse retomada hoje, continuaria praticamente do mesmo jeito. Isso precisa mudar. E as soluções passam por uma capacitação inovadora com os professores que ingressam e uma recapacitação dos professores mais experientes, como fez a Coreia do Sul há três décadas”, explicou Merisio, destacando que é necessária uma valorização que equipare professores e policiais, categorias que cumprem funções diferentes, mas ambas essenciais para a população.
Anfitrião do evento realizado em Joinville, o empresário Ninfo König, vereador na cidade, resumiu o momento político vivido no estado e no país. “Nós precisamos assumir a responsabilidade, essa de transformar Santa Catarina e a política, com as nossas próprias mãos”, defendeu Ninfo, que disputou e se elegeu na última eleição municipal, com mais de 70 anos, após décadas de uma bem sucedida carreira na iniciativa privada, por uma decisão pessoal de contribuir com o setor público.
SEGURANÇA PÚBLICA
“Nós podemos fazer de Santa Catarina uma país à parte dentro de outro. Precisamos tomar a decisão de estarmos muito acima do que vemos na realidade nacional”, disse Merisio, defendendo a criação de barreiras de segurança nas fronteiras e divisas do estado, com a aplicação de tecnologia de monitoramento para o reconhecimento de veículos suspeitos que tenham entrado em território catarinense.
Para o pré-candidato, o tema deve ser tratado como prioridade absoluta porque é o direito que permite acesso a todos os outros. “Eu já tenho definido. Segurança Pública tem que ser a prioridade de ações e investimentos. Porque estamos, sim, em guerra contra o crime organizado. E precisamos vencer”.