Nem mesmo o retrato das antigas e, principalmente, das últimas tragédias no Brasil têm feito com que os governos, invés de agir e dar respostas concretas e com responsabilidade, continuam ignorando perigos à vista que só tem um alvo criminoso: a falta de respeito, segurança pela vida humana.
De um lado, em obras públicas, onde a obsessão dos governos de erguer projetos de ostentação, mas de péssima qualidade, parece ser o que mais importa. De outro, a fiscalização pública sobre obras tocadas pela iniciativa privada, em muitos casos, vive longe da responsabilidade.
Casos concretos da inércia: um viaduto em Sâo Paulo onde parte da travessia despencou, engoliu carros e matou pessoas. Pior e mais trágico ainda, a barragem de Brumadinho rompeu e um mar de lama tóxica soterrou uma cidade e mais de 300 moradores, desses, 165 mortos até agora identificados. E o filme dessa insensatez continuou na semana passada: dez adolescentes, entre eles, dois catarinenses, que moravam no centro de treinamento do Flamengo no Rio, morreram asfixiados por uma fumaça venenosa.
São exemplos de irresponsabilidade que deveriam, neste momento, acionar o alarme vermelho, por exemplo, aqui em Santa Catarina.
DESPREZO COM A SEGURANÇA NAS PONTES
São duas, as questões que continuam em desprezo profundo: as pontes Pedro Ivo e Colombo Sales que, construídas em 1975 e 1991 nunca passaram por uma reforma. Pescadores, principalmente, que passam sob as duas pontes se apavoram: blocos de concreto que deveriam sustentar e preservar as ferragens já se desprenderam, além de outras rachaduras profundas nas demais estruturas.
E a realidade mostra que projetos e planos de restauração das duas pontes, assim como em governos anteriores, continua apenas como promessas no governo atual.
E, enquanto a omissão do governo do Estado progride, o perigo à vista continua apavorando as pessoas que, no dia a dia, são obrigadas a passar sobre as pontes Pedro Ivo e Colombo Salles.
INSEGURANÇA NA CIDADE
Em nota oficial, o prefeito Gean Loureiro traduziu, com clareza, a situação das pontes, dizendo que “a morosidade a qual tem passado o processo de reforma das pontes Pedro Ivo Campos e Colombo Salles tem causado grande apreensão em toda a cidade. Independente de partidos ou governos que passaram, é urgente uma resposta sobre a obra para toda a sociedade”.
E diz mais o prefeito:”O caso de ontem, envolvendo a junta de dilatação, pode até não ter relação com o estado da estrutura da ponte, mas agrava ainda mais a insegurança instalada na cidade em relação à travessia da Ilha ao Continente.
O Governo do Estado precisa vir a público falar sobre a obra e trazer tranquilidade às milhares de pessoas que utilizam as pontes diariamente”.