A Comissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano da Assembleia Legislativa realizou reunião, nesta quarta-feira (16), para debater a necessidade de obras de acesso à Ponte Hercílio Luz e os futuros usos da estrutura, que passa por obras de recuperação. Representantes do poder público e de diversas entidades da área de engenharia participaram da discussão.
A intenção do presidente da comissão, deputado João Amin (PP), é acompanhar o desdobramento das ações porque se trata de uma obra muito importante, que já consumiu muito recurso público. “Com a conclusão da ponte serão necessárias obras estruturantes no entorno, tanto na ilha quanto no continente, para que esse equipamento seja útil para a mobilidade urbana”, explicou.
Pelo cronograma do governo do Estado, a reforma da ponte deve ser concluída até outubro de 2018. De acordo com o engenheiro do Deinfra Wenceslau Diotallevy, fiscal da obra, a estrutura e a geometria da ponte permitirão a circulação de todos os tipos de veículos. A utilização deverá ser definida conforme o planejamento do município e as limitações da estrutura viária, o que já está sendo discutido pelo Instituto de Planejamento de Florianópolis (Ipuf) e outros órgãos. “Precisamos obedecer a lei, atender as normas e ajudar a diminuir o sofrimento dos que todos os dias passam horas no trânsito para entrar e sair de Florianópolis”, apontou.
O secretário executivo da Câmara de Transportes e Logística da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Egídio Martorano, alertou que é preciso pensar no pós-obra porque a ponte teria capacidade para absorver cerca de 20% do trânsito das duas pontes atuais, o que exigirá acesso e fluidez. “Foram realizados investimentos bastante substanciais para a recuperação da ponte e ela tem que cumprir o papel dela”, argumentou.
O superintendente do Ipuf, Ildo Rosa, defendeu que, com a conclusão da ponte, seja implantada em Florianópolis uma nova cultura de mobilidade urbana, que supere a cultura “rodoviarista”. O transporte coletivo deve ser priorizado, na opinião dele, bem como a passagem de veículos de emergência, pedestres e ciclistas. Uma equipe do Plano de Mobilidade Urbana da Grande Florianópolis (Plamus) ainda está em campo fazendo micro-simulações de cenários de tráfego para traçar cenários. Esses dados devem ser utilizados no planejamento da utilização da ponte. A intenção do Ipuf é que a solução encontrada não seja apenas viária, mas agregue os aspectos sociais e culturais, desse símbolo “que encarna a verdadeira persistência do catarinense”.
(Fonte e foto: Agência ALESC)