Coincidindo com “Dia Nacional de Prevenção à Lavagem de Dinheiro”, marcado para amanhã, balanço do Ministério Público de Santa Catarina, através do Laboratório de Tecnologia, aponta que entre os meses de janeiro e outubro deste ano, foram identificadas 1,8 milhões de transações bancárias suspeitas no Estado.
Lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, são crimes que tentam esconder as origens de recursos obtidos com atividades ilegais como roubo, corrupção e tráfico, fazendo parecer que vieram de atividades legais. Em outras palavras, transforma-se dinheiro “sujo” em dinheiro “limpo”.
Nos primeiros dez meses de 2024, as investigações do Laboratório de Tecnologia contra a Lavagem de Dinheiro, instalado em outubro de 2015 pelo Ministério Público de Santa Catarina, como cooperação técnica com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, em apoio às investigações de Promotorias de Justiça e ao GAECO, identificou R$ 33.873.176,54 com indícios de ilicitude. Esse montante está relacionado à análise de 109 pessoas físicas e 44 pessoas jurídicas. Além disso, o laboratório fez o processamento de 1.856.888 transações bancárias, e 616 pessoas, físicas e jurídicas, foram alvo de afastamento de sigilo bancário.Foram processados ainda 983.489 cadastros e registros de chamadas telefônicas suspeitas.
O crime de lavagem de dinheiro acontece em três fases: A primeira é a “colocação”, quando o dinheiro é introduzido no sistema econômico por meio de depósitos, compra de instrumentos negociáveis ou compra de bens. A segunda fase é a “ocultação” e se refere a condutas que buscam dificultar o rastreamento contábil do dinheiro ilícito, a partir de transferências para contas anônimas, para contas em nome de “laranjas” ou para empresas fictícias ou de fachada. Por fim, ocorre a “integração”, quando o dinheiro é incorporado formalmente ao sistema econômico. Aqui, as organizações criminosas buscam investir em empreendimentos que facilitem suas atividades.