Representantes do Conselho Metropolitano para o Desenvolvimento da Grande Florianópolis (Comdes) entregaram ao presidente da Celesc, Cleverson Siewert, protocolo de intenções para a implantação de projeto voltado ao reaproveitamento de resíduos orgânicos e esgoto como fontes de biogás para geração de energia. Além do Comdes, que reúne 40 entidades da região metropolitana, assinam o documento Prefeitura da Capital, Autarquia de Melhoramentos da Capital (Comcap), Casan e Superintendência de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Grande Florianópolis (Suderf).
Siewert disse que a proposta está em cadastramento na empresa e será analisada pelo setor técnico da Celesc. “Sou um entusiasta desse projeto e recebo esse protocolo com muita tranquilidade”, afirmou. A companhia abriu chamada pública para os empreendimentos interessados em propor projetos de geração de energia. As propostas devem ser apresentadas até o dia 5 de janeiro e o prazo para a escolha da empresa vencedora terminará no final do mesmo mês.
Jaime Ziliotto, representante da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF) no Comdes e coordenador do Conselho, está otimista quanto à implantação da iniciativa. O Grupo de Trabalho de Saneamento do Comdes, por meio de seu coordenador, o engenheiro Lucas Arruda, buscou apoio e viabilidade ao projeto de pesquisa e desenvolvimento (P&D), idealizado pela Suderf. “Nossa intenção sempre foi tirar do papel essa proposta, que traz uma solução eficiente e sustentável para a coleta de resíduos orgânicos em Florianópolis. É um projeto piloto que poderá ser aplicado em outras regiões de Santa Catarina após ser implantado na Capital”, afirma Ziliotto.
O engenheiro Aloísio Pereira, da Suderf, explica que a proposta segue duas linhas, a primeira prevê a construção de sistema de geração de eletricidade na estação de tratamento de esgoto (ETE) de Canavieiras, localizada em Canasvieiras. A segunda propõe a implantação de planta geradora de eletricidade por meio de biogás procedente dos resíduos sólidos orgânicos da coleta urbana de lixo no Norte da Ilha.
Outro ponto proposto pela iniciativa é descentralizar a disposição final do lixo, com a criação de três locais para receptação, no Centro e nas regiões Norte e Sul da Ilha. Pereira diz que apenas ao melhorar a logística da coleta de resíduos na Capital, a Comcap já economizaria 30% do que gasta hoje ao recolher o lixo.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Florianópolis, Lidomar Bison, que participou da reunião com a Celesc, ressalta que há consenso entre os órgãos e entidades parceiras quanto à importância da implantação do projeto. “Agora vamos aguardar o resultado da abertura da concorrência pública para a viabilização da proposta”, afirma.
Apenas na Capital, enquanto a população cresceu 28,91% de 2002 a 2014, a produção de resíduos passou de 115.431 para 192.190 toneladas, ou seja, subiu 66,5% no mesmo período, conforme números da Comcap. O engenheiro civil e ex-presidente da Comcap, Marius Bagnati, ressalta que o destino final do lixo na Grande Florianópolis, o aterro sanitário de Biguaçu, deveria absorver apenas os materiais que não podem ser reaproveitados, no entanto, eles representam hoje apenas 16% de todo o volume levado para o local. Ele também explica que a Comcap recicla atualmente apenas 7% do lixo e que, se reaproveitasse mais, não teria para onde levar o restante.
(Fonte: All Press Comunicação Estratégica)