A formação do fenômeno El Niño vai impactar o clima em todo o país entre outubro e dezembro, informa o Grupo de Trabalho em Previsão Climática Sazonal (GTPCS) do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Segundo os meteorologistas, o El Niño vai aumentar o volume de chuvas na região Sul e reduzir as precipitações em parte da região Norte e no semiárido brasileiro.
O El Niño é um fenômeno caracterizado pelo aquecimento das águas superficiais na porção tropical do Oceano Pacífico, próximo à costa do Peru. Como o vapor d’água mais quente, os padrões de vento são alterados em todo o planeta e, consequentemente, influenciam os regimes de chuvas e as temperaturas em nível global.
“Na última previsão, já havia indícios de que o El Niño se formaria no fim do ano e, agora, há evidências mais claras. A ocorrência desse fenômeno impacta diretamente na formação dos ventos na região tropical. Eles mudam e, por isso, a umidade é transportada para locais diferentes do esperado. No caso do Norte e Nordeste, a umidade que deveria precipitar aqui é transportada para regiões próximas ao Caribe”, explica a climatologista Renata Tedeschi, do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/Inpe).
Outra consequência do El Niño é o aumento das temperaturas para níveis acima da média histórica. “Temos registrado temperaturas acima da média ao longo do tempo por conta do aquecimento global. Mas esse padrão é acentuado quando há a ocorrência do El Niño”, afirma Renata Tedeschi.
(Fonte: Ministério da Ciência)