Apenas em Santa Catarina, no ano passado, de acordo com os dados da Secretaria Estadual da Saúde, foram registradas 10,9 mil mortes relacionadas a problemas do coração. As doenças do aparelho circulatório, que incluem infarto do miocárdio e insuficiência cardíaca, resultaram também em 33,2 mil internações em 2017.
E, coincidentemente, neste sábado é comemorado o Dia Mundial do Coração e serve, muito bem, para alertar a população sobre os cuidados necessários para manter uma boa saúde, através de hábitos saudáveis e exames periódicos.
A data foi definida no ano 2000 pela WHF – World Heart Federation – para lembrar uma das maiores causas de óbitos no mundo. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 300 mil indivíduos por ano sofrem IAM (infarto agudo do miocárdio), que acaba sendo fatal para 30% deles.
FATORES DE RISCO
O diretor do Instituto de Cardiologia de Santa Catarina (ICSC), Jamil Cherem, explica que vários fatores de risco podem causar doenças cardíacas, sendo alguns deles evitáveis.
“Fatores genéticos e o envelhecimento da população são pontos que não podemos evitar. Homens acima dos 55 anos e mulheres acimas dos 65 anos já contam com maiores possibilidades de doenças cardíacas, mas os cuidados com o coração podem ser adotados em qualquer fase da vida”, destaca.
Obesidade, hipertensão, ingestão de álcool e tabagismo, stress, além de alimentação inadequada são alguns dos principais fatores de risco.
Entretanto, de acordo com o diretor do ICSC, não adianta apenas tratar o paciente quando ele apresenta esses problemas. “Existem os fatores clássicos, mas é preciso trabalhar a prevenção ao invés de tratar o indivíduo apenas quando ele for obeso, diabético ou hipertenso. A prevenção é primordial”, ressalta.
“Não adianta fazer check-up todos os anos e achar que está bem, sem adotar um estilo de vida saudável, com prática de exercícios regulares e alimentação adequada. O exame pode estar bom, mas, sem mudança de hábitos, não adianta”, acrescenta.
SINAIS DE ALERTA
Principais fatores de risco para eventos cardiovasculares: histórico familiar, estresse, hipertensão, diabetes, dislipidemia (níveis elevados de gordura no sangue), tabagismo, obesidade, sedentarismo e doença da tireoide.
Alguns sintomas que podem ser observados: falta de ar ou cansaço, que antes não eram percebidos, principalmente após a realização de algum esforço físico; dor como aperto; queimação ou pontada na região do tórax associada a formigamento ou dor no braço esquerdo e dor na região da mandíbula ou nas costas. Estes sintomas devem alertar o indivíduo a procurar um cardiologista.
INSTITUTO DE REFERÊNCIA
O Instituto de Cardiologia é a maior referência no Estado em relação ao tratamento de doenças cardiovasculares. Este ano, o Governo de Santa Catarina inaugurou a Unidade de Hemodinâmica, com investimentos de R$ 6,2 milhões e que possibilita o fim da fila por exames de cateterismo clínico na região da Grande Florianópolis.
Além disso, esforços da Secretaria de Estado da Saúde no projeto de regionalização e as novas habilitações em serviços de cardiologia vêm permitindo que os catarinenses tratem os problemas cardíacos sem necessidade de recorrer à “ambulancioterapia”.
Desde abril deste ano, com a habilitação do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, de Lages, pelo Ministério da Saúde, com R$ 3,2 milhões por ano para a Unidade de Assistência à Cardiologia e Procedimento Cardio intervencionista, a população da Serra Catarinense não precisa mais se deslocar até Rio do Sul para tratamento ou exames.
Ao mesmo tempo, os moradores do Planalto Norte, que antes precisavam se deslocar até a Grande Florianópolis para serem atendidos, agora ficam na própria região, no Hospital São Vicente de Paulo, em Mafra, habilitado em junho pelo Ministério da Saúde para Cirurgia Cardiovascular e Procedimento Intervencionista, e que passou a receber R$ 3,2 milhões por ano. Apenas estas duas habilitações abrangem uma população de 600 mil pessoas.
O secretário de Estado da Saúde, Acélio Casagrande, destaca também o papel de profissionais da área de Atenção Primária para evitar problemas que possam acarretar em internações ou mortes. “A integralidade no atendimento, com ênfase no controle da hipertensão, nos dá segurança de que estamos no caminho do controle absoluto da saúde pública em Santa Catarina”, afirma
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