A liberação das atividades esportivas no estado, afetadas pelo mais recente decreto emitido pelo governo do Estado para o enfrentamento da pandemia de Covid-19, foi debatido pelos deputados na sessão de ontem da Assembleia Legislativa.
O tema foi abordado inicialmente pelo deputado Ricardo Alba (PSL), que qualificou a normativa governamental como excessivamente rigorosa para com as modalidades esportivas de caráter recreativo. Ele citou como exemplo o tênis e o automobilismo, esportes que, a seu ver, não deveriam ter a prática vetada, por não promoverem contato próximo entre os seus participantes.
“Que o governo reanalise, porque a prática esportiva faz bem para a imunidade das pessoas, faz bem para a autoestima, faz bem para o corpo, para a mente. Faz bem para o coletivo também e pode ser exercida, sim, com toda a segurança e todo regramento, com todas as medidas sanitárias. ”
“De fato, existe uma politização [sobre o tema]. Há pessoas que parece que querem que os outros morram. Que vão de encontro à ciência, inclusive. Está mais que comprovado que as atividades físicas ajudam a saúde em todos os aspectos”, disse Jessé Lopes (PSL).
“Todas as modalidades estão fechadas, independentemente se é beach tênis ou futevôlei. Tudo está proibido, mas o bar está aberto. Então o pessoal não vai poder fazer uma aula, mas vai poder se encontrar no bar”, disse João Amin (PP), acrescentando que aguarda que a instrução normativa que deverá ser emitida pelo governo nos próximos dias traga mais esclarecimentos para os empreendedores e torne as atividades mais flexíveis para a população.
Indo além do aspecto da saúde pública, o deputado Sargento Lima (PSL) acrescentou que os regramentos municipais muitas vezes são conflitantes no que se refere ao que é permitido ou não realizar, fato que estaria ocasionando prejuízos para o esporte profissional do estado. Ele pediu uma padronização para todo o estado na legislação que trata do tema. “Corremos risco também de comprometer seriamente o futebol catarinense. Muitos clubes estão à beira da falência e seria preciso que os prefeitos chegassem a um acordo e que a Federação Catarinense de Futebol também fosse consultada. ”
Na mesma linha, Maurício Eskudlark (PL) trouxe à discussão a situação dos donos de campos de futebol e quadras esportivas, assunto que afirmou ter levado à Casa Civil e ao Centro de Operações de Emergência em Saúde (Coes). “Entendo que algumas atividades, com certas restrições, poderiam sim ter liberdade de atuação para que não tenhamos tanto problema na classe empresarial.”