Quanto o Estado ou melhor, o dinheiro do contribuinte, já gastou com a junta médica especial que, desde dezembro, vem realizando perícias constantes, sem com o mesmo resultado, sobre o estado de saúde do deputado Paulo Maluf, preso numa cela especial da penitenciaria da Papuda em Brasília.
Existem fatos que chamam a atenção dessa dificuldade de locomoção do deputado, feita por ajuda de bengala, por quê?, porque dias antes de ser preso, Maluf foi flagrado passeando e dirigindo uma Ferrari e, um mês antes, durante entrevista a uma rede de TV, caminhava normalmente pela mansão mostrando todo o interior da casa. Outra: quando se apresentou à Polícia Federal embarcou como pessoa normal no seu carro mas, ao sair do veículo, já empunhava uma bengala, todo cambaleante.
Será que, o seu João, a Dona Maria, que entram nos hospitais públicos , não recebem nenhum procedimento médico adequado e com doenças graves e à porta da morte, invés de ficar jogados em macas ou sobre colchonetes no chão das emergências, poderiam ter a visita dessa chamada Junta Médica Oficial do governo para, ou ser internados para cirurgia e tratamento imediato com dignidade?
Será que os presos que cumprem penas em cadeias superlotadas, onde muitos têm de dormir de pé encostados nas paredes das celas, acometidos de tuberculose, AIDS e câncer em estado terminal, poderiam também receber a visita da Junta Médica que vem acompanhando Paulo Maluf, ganharem o direito de ser internados em hospitais e não esperar a morte trancafiados entre quatro paredes?
Não podem não. Por quê? Porque eles não se chamam Paulo Maluf e também né? São pobres e só tem um direito: a obrigação de votar.