O Programa Antonieta de Barros, criado e mantido desde 2004 pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina, pela inclusão e capacitação de jovens em situação de vulnerabilidade social, comemorou hoje, durante evento no Palácio Barriga Verde em Florianópolis, os 20 anos de existência e de resultados.
Os jovens, durante períodos determinados em lei, exercem atividades de estágio em setores do Legislativo e as oportunidades já alcançaram mais de 600 aprendizes.
Durante o evento de hoje, na sede administrativa da Alesc, jovens que passaram pelo programa, relataram suas experiências. Segundo Maicon Souza, empreendedor social, que foi estagiário entre 2014 e 2016, a experiência impactou na sua vida, na vida de sua família e também na comunidade de onde veio. Já de acordo com o também ex-estagiário Alisson Ferreira Camargo, “esse projeto, não só deve continuar, mas deve ser ampliado, não só para toda Santa Catarina, mas para todo o Brasil”.
REPERCUSSÃO DO PROGRAMA
Durante o evento, Mirian Lopes, coordenadora de estágios especiais da Alesc, também anunciou o processo seletivo 2024 do programa, que irá começar em 12 de agosto. Ainda de acordo com ela, a expansão do programa para outros municípios de Santa Catarina já começou. O modelo foi adotado nas Câmaras Municipais de São Miguel do Oeste, Criciúma, Mafra e São Bento do Sul, e será instalado também em Tubarão.
Direcionado para eliminação das desigualdades de gênero, raciais e sociais, o programa de estágio atende jovens matriculados no ensino médio ou superior, com idade entre 16 e 24 anos e com renda familiar inferior a 2,5 salários mínimos. Os participantes também são encaminhados por organizações da sociedade civil que atuam com acesso à cidadania junto a suas comunidades.
O Programa Antonieta de Barros é fruto da articulação dos movimentos sociais, em especial do Fórum de Mulheres Negras da Grande Florianópolis. Vera Firmiano, uma das militantes da entidade, explicou que “o PAB nasce justamente das angústias de nós mulheres negras e da violência que assola a nossa juventude”.
De acordo com ela, o programa foi criado em contexto de morte de jovens negros por violência, que também vitimou seu filho. Nessas discussões surge o projeto para oferecer oportunidades para os “nossos jovens”.
Além da apresentação das histórias, dos anúncios e da celebração, também foi inaugurada no prédio administrativo da Alesc a Mostra Institucional “Programa Antonieta de Barros – Duas décadas transformando realidades”, que já havia passado pelo Palácio Barriga Verde.
A exposição conta com fotos de estagiários que integram ou integraram o programa, além de homenagem para as mulheres que ajudaram na sua criação. Uma dessas homenageadas é Marilú Lima de Oliveira, servidora pública da Alesc e militante do Movimento Negro. Ela integrou o Fórum de Mulheres Negras da Grande Florianópolis e colaborou com a formulação política do projeto, da qual também foi gestora.
Segundo Marilú Lima, “a caixa de ressonância da sociedade se expressa na Assembleia Legislativa. Então veja quão poucas mulheres nós temos, mulheres e homens negros, travestis, transsexuais, então há uma invisibilidade do poder público com a sociedade como um todo”. O que ressalta a necessidade de iniciativas como o PAB.
(Informações da Agência AL e colaboração de Cintia de Oliveira)