A implantação do sistema de internet nas áreas rurais e a quitação de dívidas da Celesc com produtores independentes de energia, foram discutidos hoje na Assembleia Legislativa durante reunião dos deputados que integram a bancada da região oeste com representantes do governo de Santa Catarina.
Com relação à internet nas áreas rurais, foram apresentados aos parlamentares um estudo do governo tratando das áreas que poderiam ser atendidas e da tecnologia a ser implantada. Atualmente, 92% das edificações do estado são contempladas com serviço de internet, mas elas estão restritas a somente 35% do território catarinense.
A impressão dos deputados foi que a extensão da oferta do sinal de internet, iniciativa que já vem sendo tratada há cerca de cinco anos no Parlamento estadual, não tem progredido com a velocidade necessária para atender as regiões catarinenses. Na ocasião, eles também cobraram apoio do governo aos cerca de 350 provedores de internet do estado, muitos dos quais vêm sendo multados por utilizarem os postes da Celesc para o suporte de fiações.
“Há esse ajuste, em curto prazo, que é resolver esse problema com a Celesc para que os provedores continuem tendo incentivos em relação à implantação da internet. Já em um segundo momento, em fevereiro, queremos que o governo apresente um projeto mais elaborado, no sentido de que nós possamos ter esse desenho das regiões, dos valores e de quais as alíquotas que seriam garantidas para que a gente possa ter essa cobertura no Estado”, disse a deputada Luciane Carminatti (PT), que coordena a Bancada do Oeste.
Presente à reunião, o secretário de Estado da Fazenda, Cleverson Siewert, pediu um prazo de, ao menos, 40 dias, para que o governo possa apresentar um projeto mais abrangente.
“A ideia é que até no começo do ano que vem fevereiro a gente possa finalizar isso apresentar pra casa Legislativa e portanto é dar sequência e a implementação esse projeto, que deve adotar um mix de soluções, que deverá passar tanto por antenas como por fibra ótica e, eventualmente, outras soluções, de tal sorte que a gente possa ter um projeto economicamente viável e que possa atender bem ao estado.”
PRODUTORES DE ENERGIA
Já na segunda parte da reunião, o diretor comercial da Celesc, Vitor Lopes Guimarães, foi questionado sobre os motivos de a empresa ter atrasado os pagamentos dos produtores individuais de energia elétrica e sobre os planos para o pagamento da dívida.
Em resposta, Guimarães declarou que o problema foi causado pela troca do sistema utilizado para creditar os valores e abrangeu cerca de 40% das unidades geradoras. Os pagamentos dos atrasados, disse, já vêm sendo realizados.
“Começamos pelas duas maiores cooperativas e já conseguimos pagar em torno de 80% do que elas teriam direito. Até o dia 20 de dezembro pretendemos pagar o restante, porque os dados são muito complexos e a gente tem que acertar na vírgula.”
O dirigente informou que o processo de pagamento foi iniciado pelas duas cooperativas, porque estas são as maiores fornecedoras de energia do estado, detendo 60% do mercado. Na sequência, serão atendidas outras dez empresas, até janeiro de 2025, finalizando os casos de débito.
Feito o anúncio, a deputada Luciane Carminatti solicitou à direção da Celesc que redobre os esforços para normalizar o sistema de pagamentos, que ainda se encontra instável, conforme informou Guimarães.
Também participaram da reunião os deputados Marcos Vieira (PSDB), Altair Silva (PP), Neodi Saretta (PT), Padre Pedro Baldissera (PT) e Fabiano da Luz (PT); bem como os secretários de Estado, Marcelo Fett (Ciência, Tecnologia e Inovação) e Marcelo Mendes (Casa Civil).