No começo do mês de julho, os 35 partidos políticos registrados na Justiça Eleitoral, mesmo aqueles que não conseguiram eleger, em 2014, nenhum representante para o Executivo ou Legislativo, vão receber dinheiro público para bancar a campanha eleitoral deste ano. É uma montanha de recursos do contribuinte, cerca de 2 bilhões e 700 milhões de reais de duas fontes: do Fundo Eleitoral e do Fundo Partidário.
Pela legislação eleitoral, candidatos à presidência da República, poderão gastar até 70 milhões, governadores até 21 milhões de reais, 5 milhões de reais para os postulantes ao senado, 2 milhões e 500 mil reais para deputado federal e 1 milhão para deputado estadual.
Além do dinheiro dos cofres públicos, os candidatos terão direito ao chamado autofinanciamento e essa medida vai, claro, beneficiar a eleição de candidatos mais ricos e, por outro lado, como os detentores de mandatos atuais têm direito adquirido sobre a decisão da convenção e já conhecidos dos eleitores, os partidos vão engrossar recursos nessas candidaturas.
Nenhum candidato será responsável pela prestação de contas do uso do dinheiro público recebido, já que essa contabilidade caberá ao diretório do partido. Historicamente, nos balancetes, os partidos utilizam itens de despesas aleatórios, como por exemplo, manutenção do pleito.
Em suma: se o eleitor já é obrigado a votar, agora terá também que pagar para votar. Em média, cada voto, vai custar até 18 reais, dinheiro que vai sair do orçamento público e, toda essa dinheirama de 2 bilhões e 700 milhões, poderia ser aplicada na saúde e segurança. Um exemplo: só em Santa Catarina, a dívida do governo com os hospitais chega a um bilhão reais.