O ex-secretário da Casa Civil, Douglas Borba, preso no sábado pelo GAECO, poderá sair da cadeia na terça-feira. Mas a saída será de caráter excepcional, de apenas algumas horas, se a justiça e a Força Tarefa comandada pelo Ministério Público Estadual atender pedidos encaminhados pelos deputados Sargento Lima e João Amin integrantes da CPI dos Respiradores instalada na Assembleia Legislativa.
É que para esse dia, foi marcada a acareação na Comissão de Inquérito, do próprio Douglas, do ex-secretário da Saúde Helton Zeferino e da servidora da Saúde Marcia Regina Pauli.
O confronto foi marcado na semana passada, depois que os três personagens em depoimentos à CPI, segundo os deputados, demonstraram contradições sobre a compra desastrada pelo governo do Estado dos 200 respiradores, com pagamento antecipado de R$ 33 milhões e cujos ventiladores mecânicos nem foram entregues ainda.
A prisão preventiva de Douglas Borba, bem como de outros três envolvidos na negociação e compra dos respiradores, foram requeridas para evitar novas destruições e ocultação de provas e para assegurar que o dinheiro utilizado na compra dos respiradores possa ser efetivamente rastreado e não sejam realizadas novas manobras de lavagem de dinheiro.
O governo do Estado, no sábado em uma nota oficial de sete linhas, “reiterou seu apoio e colaboração – já manifestados anteriormente – com todas as investigações necessárias para apurar eventuais irregularidades no processo de compra dos respiradores”.
SILÊNCIO DO GOVERNADOR
Já o deputado Ivaan Natz, relator da CPI dos Respiradores, criticou o governador Carlos Moisés sobre o silêncio do suposto envolvimento de Douglas Borba na transação dos respiradores e as suspeitas na compra dos respiradores, anunciando que o governador “será convocado a prestar esclarecimentos na Comissão Parlamentar de Inquérito sob eventual envolvimento da cúpula do governo e das responsabilidades na crise. Desde que o processo e as denúncias da compra fraudulenta dos 200 respiradores vieram a público, o governador permanece inerte e em silêncio como se não houvesse o envolvimento do seu principal assessor na época “, declarou o deputado.
Ele acrescenta que “o problema aconteceu principalmente em função do Decreto de Calamidade Pública que permitiu a dispensa de licitação para a compra e este decreto foi construído também com a participação do gabinete do govenador . O governador deve explicações ao parlamento e à sociedade catarinense. O requerimento deverá ser analisado pelos demais integrantes da CPI já na próxima terça-feira , dia 9”.