Para alertar sobre a poluição provocada pelo lixo no ambiente marinho, o “Bloco da Limpeza da Comcap” levou alegoria para a Passarela Nego Quirido na noite deste sábado. O peixe articulado, com dois metros largura, cinco de comprimento e 4,7 m de altura, feito pelos empregados da Comcap com materiais reaproveitados, reforça a campanha da Prefeitura de Florianóplis “A vida marinha não é descartável”.
A alegoria, explica o presidente da Comcap, Márcio Alves, foi construída na oficina do Centro de Valorização de Resíduos, com baixíssimo custo, já que foram utilizados ferro e outras sucatas entregues nos Ecopontos, fantasias de carnaval descartadas pelas escolas de samba e CDs e DVDs que, infelizmente, não são reciclados ainda pela falta de mercado.
O peixe tem movimento no centro, onde fica acumulado o lixo plástico, e no rabo, graças à dedicação do empregado Ronaldo Arnaldo de Sá que executou a ideia do presidente da autarquia. Cerca de 10 pessoas das gerências de gestão ambiental, coleta, limpeza pública, CVR fizeram a produção em conjunto.
O prefeito Gean Loureiro participou do bloco da Comcap como forma de sustentar o alerta e a importância de preservar as águas e, por consequência, os animais marinhos.
PLÁSTICO: UMA MONTANHA DE LIXO
Em 30 anos, a geração de resíduos plásticos mais do que dobrou em Florianópolis. De acordo com a atual caracterização dos resíduos sólidos feita para o Plano da Coleta Seletiva da Prefeitura de Florianópolis, atualmente 18,50% do lixo encaminhado ao aterro sanitário são materiais plásticos que poderiam ter sido separados para a coleta seletiva.
Pela caracterização feita pela UFSC em 1988, os plásticos correspondiam a apenas 8,88% do total de resíduos gerados na capital catarinense. Dentre os materiais estudados, foi a fração que mais cresceu. Houve um aumento de 108%, refletindo o aumento no consumo e no descarte de material plástico na forma, principalmente, de garrafas, copos, sacolas, tampas.
Por ano, são encaminhadas em torno de 1,5 mil toneladas de plásticos para a reciclagem em Florianópolis. Outras 35 mil toneladas por ano seguem para aterro sanitário, onde levarão até 600 anos para se decompor.
Mas pior mesmo, é o plástico que é jogado em qualquer lugar que acaba alcançando o ambiente marinho e provocando grandes danos à fauna. O plástico jogado na rua, no Centro da cidade, em terrenos baldios, em qualquer lugar, por ser um material leve, chega facilmente ao sistema de drenagem e, por certo, ao rio e depois ao mar.
Em todo o mundo, a Organização das Nações Unidas estima que 25 milhões de toneladas de resíduos são despejadas por ano nos oceanos. Em torno de 60% a 80% desse lixo são materiais plásticos.