Quem passa pela rua Francisco Tolentino (atrás do Camelódromo) nesta quinta-feira, vê um cenário incomum, fora do habitual. O cheiros dos temperos anunciam que, no local, tem algo diferente sendo preparado.
É a Feira Culinária do Imigrante que, a partir de hoje, passa a ser realizada toda última quinta-feira do mês. Ao todo, dez empreendimentos de imigrantes de países, como: Venezuela, Argentina, Síria, Marrocos e Peru, comercializam produtos e pratos típicos dos seus países no local.
Filha de imigrantes de Portugal e casada com um marroquino, Angêla Prata, 48 anos, está acostumada com o cenário multicultural. Em sua tenda, a “La maison du Maroc”, ela e seu marido, Abdelaziz Bahsain comercializam diversos pratos típicos do Marrocos, como: couscous; pita, um tipo de pão de espessura fina, preparado em panela de barro ou de ferro; e também, crepe e chá. Angêla comemora a iniciativa da Prefeitura e Igeof. “Eu achei essa oportunidade maravilhosa. Nos sentimos acolhidos, pois tínhamos muitas dificuldades em ter uma tenda em outras feiras aqui na cidade”, afirmou.
O jovem sírio Ahmad Aresha, 21 anos, deixou seu país natal com seu irmão e um primo em busca de uma vida melhor. Há dois anos e meio na Capital, ele sonha em poder terminar seus estudos e trabalhar na área veterinária. Em sua tenda, ele vende doces árabes e crepe. “Foi muito bom ter essa oportunidade. Veio em boa hora e ajuda muito a gente que não tem condições de ter um estabelecimento próprio”, conta Ahmad.
INCLUSÃO SOCIAL
A iniciativa é fruto de um termo de cooperação firmado entre a Prefeitura, Instituto de Geração de Oportunidades (Igeof) e Centro de Referência de Atendimento ao Imigrante (CRAI) para promoção da inclusão social de imigrantes por meio de economia solidária.“A iniciativa é uma forma de proporcionar inclusão social, geração de renda e troca cultural entre os imigrantes e a população de Florianópolis”, declara o Prefeito, Gean Loureiro.
Economia solidária é uma nova prática da Economia onde o objetivo da atividade econômica vai além da geração de emprego e renda, contemplando também aspectos sociais como: desenvolvimento sustentável, inclusão, fortalecimento da cultura, cooperação e autogestão. Dados da Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho apontam que existem cerca de 20 mil empreendimentos de economia solidária no Brasil.