Promover a conscientização sobre a importância da proteção e conservação dos mares, rios e lagoas, contribuindo também para a tomada de decisões nas administrações públicas e entidades privadas. Este é o objetivo do 9º seminário promovido pelo Grupo de Trabalho de Educação Ambiental (GTEA RH08), entre a manhã e a tarde desta segunda-feira (4) na Assembleia Legislativa.
Vinculado à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico e Sustentável, o GTEA RH08 um órgão colegiado formado por integrantes do poder público, instituições de ensino e organizações da sociedade civil. A entidade representa a 8ª das dez regiões hidrográficas do estado e tem como atribuições identificar, analisar e propor ações de educação ambiental nos 22 municípios de abrangência, grande parte dos quais da região da Grande Florianópolis. (bacias dos rios Tijucas, Biguaçu, Cubatão do Sul e Rio da Madre).
Segundo a coordenadora do GTEA RH08, Silvane Dalpiaz, a realização de seminários é uma das estratégias utilizadas pela entidade para reunir professores, pesquisadores, estudantes, gestores e representantes de organizações em torno das causas ambientais. “Desde 2009, quando foi instituído formalmente, o GTEA tem procurado realizar todos os anos eventos deste tipo para mobilizar os educadores na discussão de temáticas relacionadas ao cuidado com o meio ambiente, em especial à proteção das águas, que é o foco deste ano.”
O seminário, que conta com a realização de palestras, painéis e o lançamento de um livro, iniciou com uma exposição do professor de hidrologia Daniel Silva, sobre a água como bem comum e suas implicações para a educação ambiental.
Em sua fala, o especialista afirmou que grande parte da população catarinense ainda desconhece a dimensão e a importância dos seus recursos hidrográficos, bem como os efeitos da forma como são utilizados. Tal fato, argumentou, acaba gerando uma certa indiferença sobre o tema, o que favorece a continuidade da degradação ambiental promovida pelo homem. “A maioria das pessoas não conhece as bacias hidrográficas existentes em Santa Catarina, nem mesmo de onde vem a água que consome e para onde vai o esgoto que produz. Com isso, as pessoas se tornam a cada dia mais insensíveis, como se não tivessem nada a ver com tudo isso.”
Uma mudança no quadro, conforme afirmou, depende de medidas a serem tomadas em diversos setores da administração pública, sobretudo no educacional. “Claro que precisamos de ações nos campos da política e da economia, mas o que estamos necessitando principalmente é de uma perspectiva educacional que construa uma cultura de cuidado com as águas, algo que cubra aquele vazio emocional da indiferença. E se pudéssemos incluir na matriz de conteúdo das nossas escolas e organizações sociais e políticas um conhecimento ecológico das bacias de Santa Catarina, isso já seria um bom passo”, disse.
(Fonte e foto: Agência ALESC)