Verdadeiramente, enquanto o governo, praticamente ignorava ou dava as costas para a greve dos caminhoneiros, o movimento passou a ganhar força e apoio, quase maciço da população. Mas, na medida em que, encurralado pelas pressões populares e da categoria, o governo decidiu negociar sobre a redução de impostos e do valor do diesel nas bombas, a sociedade começou a respirar o alívio do fim da greve.
Entretanto, o cenário caótico continuou e continua até o dia de hoje. E o apoio popular, dos primeiros dias da greve, começou a trocar de lado, porque a sociedade, acuada pelo caos imperando forte sobre a falta de combustíveis, alimentos, hospitais e toda série de serviços básicos e essenciais, passou a condenar a paralisação.
E, essa repulsa da opinião pública contra a greve cresceu ainda mais quando chegaram informações de que a massa de caminhoneiros, mesmo com os avanços nas negociações, estava sob comando paralelo de grupos políticos e sindicais interessados numa só pauta: intervenção militar Já para chutar de vez o cachorro morto que é o governo do presidente Temer.
E, agora, nesse cenário da “intervenção”, do quanto pior, melhor, sob a batuta de aproveitadores de partidos políticos no movimento, os caminhoneiros estão jogando fora a oportunidade de terminar a greve e comemorar vitórias sobre as concessões do governo e mais que isso, do engajamento da população no movimento.
É bom lembrar, que os caminhoneiros já conseguiram isenções e redução de taxas nos pedágios, preço base da tabela de fretes, diminuição de valor sobre o óleo diesel e sobre os impostos, como a extinção da CIDE e abatimento em outros tributos, aumento do diesel somente uma vez por mês, invés de toda semana como vinha sendo praticado pela Petrobrás.
Enfim: todo esse pacote de benefícios tributários e de preços, vai custar cerca de 13 bilhões de reais para os cofres do tesouro e, claro, a população vai pagar, como sempre, mais essa conta.