Sem a radicalização, sem atos de vandalismo contra o patrimônio público e privado, sem atos de confronto com as forças de segurança, muito comuns em greves no serviço público, os caminhoneiros que, hoje, completam oito dias de paralisação, demonstram respeito ao funcionamento, embora parcial, dos serviços essenciais.
A greve, abre caminho para os transportes que carregam insumos para os hospitais, liberando cotas de combustíveis para o transporte público, enfim, com maturidade ganharam o apoio e aplausos dos segmentos da sociedade, que, como os caminhoneiros, não suportam mais a carga pesada de impostos.
E, mais que isso, a corrupção que envolve pesos pesados e raposões da política que, aproveitando-se, da manipulação de órgãos oficiais, arrombam cofres públicos , formando quadrilhas que chegam ao disparate de roubar verbas da saúde pública, da educação, até da merenda escolar, deixando milhares de pessoas, a maioria carentes, agonizando em filas intermináveis nas portas e emergências de hospitais.
A greve dos caminhoneiros teve outro exemplo: não se juntou e nem permitiu a presença de partidos políticos, das CUTs, dos MST e tantos outros movimentos que agem sob a batuta do quanto pior melhor e sem pautas concretas em busca do melhor para o cidadão. São essas bandeiras políticas, eleitoreiras, que os caminhoneiros não aceitaram e não permitiram no movimento. Os transportadores de cargas receberam, ainda, dos poderes de cima, apoio e reconhecimento do legítimo direito de exigir o bem para a sociedade.