As discussões em torno do aumento da criminalidade no estado e as possíveis ações visando o enfrentamento do problema dominaram a sessão plenária realizada na manhã desta quinta-feira (23).
Primeiro a abordar o tema, Mário Marcondes (sem partido) se disse estarrecido pelos índices de violência registrados na Grande Florianópolis, região em que, segundo com o parlamentar, atualmente é registrado um homicídio a cada dois dias.
Em face à situação, ele sugeriu ao governo que intensifique os investimentos em educação e assistência social nas áreas economicamente mais vulneráveis, mas que atue, sobretudo, no fortalecimento das forças policiais. “A sociedade está desprotegida e não tem para onde correr. Já a polícia acaba se tornando inoperante por falta de estrutura e seus profissionais acabam tendo que se desdobrar, fazer milagres”.
Marcondes destacou ainda que apresentou emendas à Lei Orçamentária Anual de 2018 com o objetivo de promover o reaparelhamento das corporações civil e militar. “Espero que o governo cumpra.”
Natalino Lázare (PODE), por sua vez, afirmou que a criminalidade não é exclusiva dos grandes centros urbanos, estendendo-se aos pequenos municípios. “As pequenas cidades também estão sendo alvos. Precisamos criar uma estrutura econômica maior para gerar empregos para estas pessoas que hoje preferem atuar na criminalidade.”
Roberto Salum observou que a situação já vem de muitos anos, atravessando as administrações de muitos ex-governadores. “Investimento em segurança não dava voto”, sentenciou. O deputado do PRB sugeriu que os legisladores do país atuem para tornar a legislação mais rigorosa com relação aos apenados. “Atualmente os presidiários têm direito a cinco refeições diárias, entre mais de outros 20 incentivos que a maioria da população não tem. Precisamos é tirar os direitos deles.”
Para Maurício Eskudlark (PR), a população também deve fazer a sua parte e parar de apresentar justificativas sociais para a criminalidade, que, a seu ver, está muito mais ligada às características de cada pessoa. “Não podemos ficar com essa historinha de que bandido é vítima da sociedade. Carência não é sinônimo de bandido, visto que temos milhares de pessoas vivendo em situação de pobreza e poucos criminosos, proporcionalmente. Acredito que se alguém parte para cometer atos ilegais é porque ele tem a índole de ser bandido, de ser criminoso”.
Já Ismael dos Santos (PSD), que preside a Comissão de Prevenção e Combate às Drogas, afirmou que grande parte dos problemas de segurança pública estão ligados ao tráfico de entorpecentes e que, neste sentido, são importantes ações de esclarecimento junto à população. “É preciso que o Estado suba os morros com ações sociais, mas a questão mais importante nessa perspectiva é que só há traficante porque há consumo. É fundamental que atuemos também de forma precisa na prevenção, que passa pela família, escola, comunidades, meio de comunicação e também por este Parlamento. Acho que é neste caminho que teremos uma Santa Catarina sem drogas.”
(Fonte e foto: Agência AL)