Como assistência humanitária às cidades em situação de emergência que sofreram danos e prejuízos por causas das chuvas e das enchentes em Santa Catarina, o governo do Estado distribuiu até agora mais de 40 mil itens, todos de necessidades essenciais. Essas tarefas são coordenadas pela Secretaria de Assistência Social, Mulher e Família, envolvendo ainda o Corpo de Bombeiros Militar e Polícia Militar. Os produtos já chegaram a 14 cidades catarinenses: Aurora, Campo Alegre, Campos Novos, Canoinhas, Erval Velho, Irineópolis, Laurentino, Mirim Doce, Monte Carlo, Presidente Getúlio, Rio do Oeste, Rio do Sul, Rio Negrinho e São Bento do Sul.
O balanço parcial das ações de solidariedade aponta que até o dia de hoje, dos 40.413 itens, estão água potável, cestas básicas, colchão de casal, colchão de solteiro, cumeeiras para telhados de 4 e 6 mm, kit acomodação de solteiro e de casal (com travesseiro, fronha e cobertor), kit de higiene, kit de limpeza e telhas de 4mm e de 6mm. O valor disso tudo passou de R$ 1,9 milhão.
“Os kits de ajuda humanitária são muito importantes pois garantem esse primeiro acolhimento dos desabrigados que em alguns casos saem de casa sem conseguir levar nada e não sabem quando poderão voltar. Com isso, garantimos que todas essas famílias tenham um local seguro para dormir e que não falte alimentos. A prioridade são as pessoas e depois pensaremos na reconstrução”, comentou a secretária da Assistência Social, Mulher e Família, Maria Helena Zimmermann.
O alto Vale do Itajaí é a região mais afetada pelas chuvas e nesta terça-feira, 10, recebeu uma remessa maior de itens de ajuda. Só para se ter ideia, Rio do Sul, que ainda está com boa parte da cidade sob água, recebeu 5.740 fardos de água, 2.050 cestas básicas de alimentos para sete dias, 8.200 kits de higiene pessoal, 400 kits de limpeza doméstica, 200 colchões e 200 kits acomodação. Essa remessa custou mais de R$ 626 mil. Assim que chega, o material é enviado a um dos 22 abrigos, que já acolheu cerca de 400 famílias. A ajuda estadual também chegou para Campos Novos, Rio Negrinho, Aurora, Irineópolis, Monte Carlo.
ACOLHIMENTO EM ABRIGOS
De acordo com o coronel Renato Abreu, da Defesa Civil de Rio do Sul, o material está chegando desde a semana passada e o Estado tem atendido prontamente a todos os pedidos. Hoje, são 11 mil pessoas entre desalojadas ( que tiveram de sair de casa, mas tinham pra onde ir) e desabrigadas (que precisaram recorrer a um abrigo público). “Cada vez mais cresce o número de pessoas que precisam dessa ajuda. Porque nós temos o número real das pessoas desabrigadas, aquelas que estão em abrigos. Mas estamos começando a receber demandas de pessoas desalojadas, aquelas que foram pra casas de parentes ou outros lugares e precisam de algum tipo de mantimento”, explicou o coronel.
Para a ajuda chegar ao destino, primeiro é preciso que o município decrete situação de emergência. Em seguida, é necessário enviar um ofício solicitando os itens e mostrando os dados com nome e CPF das pessoas que vão receber a ajuda. O diretor de gestão de desastres da Defesa Civil de Santa Catarina, coronel Cesar Nunes, explica que tudo isso está previsto em lei visando deixar o processo simples e ao mesmo tempo seguro para não haver desvios e permitir uma prestação de contas posterior. “A ajuda humanitária é classificada como uma transferência especial, tem uma série de requisitos e recomendações. Na medida que o ofício chega aqui ele imediatamente diz que perdeu a capacidade de coordenar e isso se enquadra com a lei e aí o Estado entra como complementar”, afirmou Nunes.
Vale lembrar que o Governo já tem o fornecimento desse material a pronta entrega para qualquer eventualidade. “Pra isso nós temos regime de preço pro fornecimento, ou seja, nós temos itens de ajuda que são colocados dependendo da chegada aqui entre 4 horas e 6 horas”.
Em situações como a das chuvas que atingiram Santa Catarina, nem toda cidade que decretou emergência pediu assistência humanitária. Nesse caso, são levantadas algumas possibilidades: pode não haver uma Defesa Civil no município, ou já estar recebendo donativos da própria população, ou a prefeitura já teria acumulado material para essas eventualidades ou, em último caso, a cidade simplesmente não soube como pedir ajuda. “Se a gente nota a população sofrendo lá, a gente vai até o município e pergunta o que houve. Nossa coordenação regional vai lá com tudo praticamente pronto pro prefeito assinar”, concluiu o coronel.