O setor leiteiro catarinense enfrenta uma crise alarmante com baixa de 30% na produção, aliada à queda acentuada nos preços pagos às comunidades rurais e, para piorar, os custos de produção aumentam cada vez mais. Essa recessão, debatida na sessão de hoje da Assembleia Legislativa por parlamentares das bancadas do MDB e do PSD, tem como fator determinado a decisão do governo federal de priorizar a importação de leite em pó.
O deputado Volnei Weber, MDB, lembrou que, antes da atividade pública, atuou na atividade rural “por 25 anos com os pais e, hoje, sei o que os produtores enfrentam, como a insegurança e o pouco retorno que a atividade dá para a família. O quadro é alarmante, os produtores de leite e as lideranças têm de declarar guerra contra a importação do leite em pó, que aumentou do ano passado para este em 300%”, conclamou, acrescentando que a situação pede uma resposta imediata, senão será tarde demais. Weber disse ainda que, na segunda feira na cidade de Braço Norte será realizada audiência pública que vai debater a crise do setor leiteiro
O deputado Zé Caramori, PSD, por sua vez, declarou que “se continuar assim não teremos mais vacas de leite em curto espaço de tempo, daí sim ficaremos dependente do mercado externo”, ponderou.
MARCO TEMPORAL
Por outro lado, o deputado Sargento Lima, PL, cobrou do Senado Federal uma solução para o Marco Temporal, cuja legalidade foi rejeitada por 9 x 2 pelo Supremo Tribunal Federal: “Deveria haver uma manifestação do Senado e não houve, os senadores terceirizaram para o STF. Fico me questionando se o Senado realmente representa o Estado”, perguntou Lima, que sugeriu “fazer votações nos estados” para resolver eventuais disputas de terras com indígenas
“Centenas de famílias estão ameaçadas de perder suas propriedades, no Oeste os municípios mais atingidos serão Saudades e Cunha Porã, a perda vai afetar mais de 200 famílias. A situação é grave”, disse o deputado Caramori.
