Por irregularidades nas obras de implantação do sistema de abastecimento de água, a prefeitura de São José embargou os serviços coordenados pela Casan em seis bairros da cidade. As notificações apontam que as obras nos bairros Ipiranga, Real Parque, Areias, Dona Adélia, Jardim Santiago e Serraria, que prevê um incremento da vazão para o município de Biguaçu, não vêm obedecendo as normas de postura previstas em lei municipal.
Pelas infrações, a prefeitura notificou a Casan para que a empresa executora dos serviços paralise os serviços, executem o fechamento de todas as valas e buracos abertos, com a substituição de todos os equipamentos irregulares encontrados na tubulação. Além destes embargos, a prefeitura notificou a Casan contra o atraso nos repasses financeiros dos meses de agosto e setembro, estimados em mais de R$ 900 mil, no convênio destinado a recuperação de pavimentação nas vias públicas, manutenção da rede de água e esgoto.
O secretário de Infraestrutura, Nardi Arruda, explica que essa é o segundo embargo das obras da Casan nestes bairros. O primeiro ocorreu em julho, mas simplesmente a empresa contratada continuou a realizar a abertura de valas e buracos nas ruas Fagundes Varela e São Pedro, no bairro Areias.
De acordo com a fiscalização da Secretaria de Infraestrutura foram encontradas irregularidades nas tubulações em 17 pontos verificados na rua Fagundes Varela como colocação de mangueiras em vez de tubos de concreto, uso de “buchas de papel” para remendar tubos de diâmetros inferiores, não remoção de asfalto entre meio-fio e vala, aberturas de juntas de corte, rachaduras com adensamento de corte, entre outros. Na avalição do secretário, a companhia estaria fazendo “remendos” no asfalto que posteriormente resultaria em infiltrações de água e a necessidade de novas obras neste local.
Os embargos determinam ainda que caso a empresa continue a realizar as obras todos os equipamentos e materiais utilizados serão confiscados pela Prefeitura. “Nós encontramos danos ao patrimônio público de São José. Foi um verdadeiro crime o que fizeram. Encontramos drenagens rompidas, não repuseram os tubos, se não tivesses feitos a fiscalização, não saberíamos”. A rede de drenagem é um patrimônio da Prefeitura, foi implantada pelo Município, quando uma empresa faz uma obra, tem de repor o material da mesma qualidade, reforça o secretário.
Ele relata ainda que atualmente há uma média de 15 buracos dia feitos pela companhia em São José. “A nossa manutenção de vias públicas não tem recursos em dia para que façamos frente aos danos que a Casan realiza no Município. Na verdade, a Casan não tem capacidade de corrigir todos os problemas que eles têm na cidade de São José. Há problemas que eles levam três meses para serem corrigidos. Fica o vazamento de águas em vias públicas por três meses e temos como provar isso”.