Com diversas frentes de trabalho, espalhadas por sete modalidades de atuação, a prefeitura de São José, no Dia Internacional do Lixo Zero, comemorado hoje, presta contas de dever cumprido, sobre os serviços de coleta de lixo orgânico e reciclável, recolhidos dentro das normas de preservação do meio ambiente.
Mas todo o esforço empreendido pelo Município não seria suficiente, não fosse o destino correto dado ao resíduo orgânico, que representa 50% do material gerado em qualquer estabelecimento, seja comercial, residencial. “Ninguém consegue chegar à meta lixo zero sem ter a responsabilidade sobre o lixo orgânico, reciclável, atendendo o que diz a Política Nacional de Resíduos Sólidos”, pontua o agrônomo João Manoel de Oliveira Campelo, responsável pelo trabalho da compostagem do programa Hortas Solidárias.
Através da compostagem, a prefeitura encontra um forte aliado em busca da meta lixo zero. Ao retirar os dejetos orgânicos do caminho do aterro sanitário, preserva-se o meio ambiente, transformando-se através da compostagem o que iria para o lixo em adubo orgânico. “O resíduo orgânico representa um dos principais componentes de contaminação e de gases efeito estufa num aterro sanitário. Quando vai para o aterro inevitavelmente ele gera CH4, o metano,” lembra o agrônomo.
Do contrário, quando os resíduos orgânicos passam pelo processo da compostagem, ele se transforma em adubo para a produção de alimentos.” Dessa forma, eles geram CO2, gás carbônico, 20 vezes menos poluentes para atmosfera que o gás metano”, completa o especialista.
LIXO TAMBÉM GERA RENDA
E é no programa Horta Solidária que o Município teve a experiência cotidiana de transformar os restos de orgânicos em alimento e renda. “Quando pensamos nas hortas, pensamos como espaços, onde as famílias pudessem trabalhar a questão ambiental e destino correto dos sólidos”, observa a secretária do Desenvolvimento Econômico, Rose Bartucheski, lembrando que as hortas disponibilizam na entrada galões destinados para captar os reciclados.
Com uma área de 5 mil metros quadrados, a unidade do Morar Bem, a primeira das três já inauguradas, conta com o empenho de 39 famílias, duas escolas e duas creches que dividem o cuidado com 53 canteiros. De lá, tiram o alimento e também a renda. Em 2022, a horta gerou cerca de 3 toneladas de alimentos.
Um resultado que foi possível com a ajuda dessa nova consciência ambiental. É do resto dos orgânicos que vem o 40% do adubo orgânico. “Usamos aqui uma camada orgânica que vem da Cavalaria e depois a camada da compostagem, produzindo cada vez mais alimentos”, comemora Luiz dos Santos, coordenador do projeto Hortas Solidárias.