Após três anos suspensa, em razão da pandemia do coronvirus, a Expofeira Nacional da Cebola reabriu hoje, em Ituporanga, no alto vale do Itajaí, o cenário das exposições, com a abertura, pelo governador Carlos Moisés, da 26ª Expofeira Nacional da Cebola, uma das maiores festas agrícolas do Sul do Brasil. As festividades vão até 10 de abril no Parque da Cebola. Ainda durante a solenidade de abertura, o chefe do Executivo estadual autorizou a participação de agricultores no Programa Terra Boa, com foco nos cereais de inverno.
Carlos Moisés destacou a força econômica da região. Santa Catarina é o maior produtor nacional de cebola, com cerca de 30% do total do país. O principal destaque é o Alto Vale.
“O sentimento é de alegria por estar de volta a Ituporanga para a Expofeira da Cebola. Hoje nós podemos estar aqui reunidos, sem a utilização de máscaras, por conta do combate eficiente à Covid-19 realizado em Santa Catarina. É muito bom poder voltar a reunir o público de forma segura”, afirmou o governador.
ATRAÇÕES DA FEIRA
A Expofeira Nacional da Cebola possui uma série de atrações, com shows nacionais de artistas como Alok, Luan Santana, Diego & Vcitor Hugo e Maiara & Maraísa. Também há seminários, feira comercial e opções de gastronomia local. A programação completa pode ser visualizada no site da Prefeitura de Ituporanga.
“Essa festa é uma homenagem a todos que produzem no Alto Vale e também em Santa Catarina. É um momento para que também possamos aproveitar as coisas boas da vida”, disse o prefeito de Ituporanga, Gervásio Maciel.
PROGRAMA TERRA BOA
Com a participação de agricultores no programa Terra Boa, serão investido R$ 10 milhões para incentivar o cultivo de cereais de inverno.
Com o Terra Boa, a Secretaria da Agricultura dará uma subvenção de R$ 300 por hectare efetivamente plantado com cereais de inverno, num limite de 10 hectares por produtor. Os produtores rurais devem procurar as cooperativas agropecuárias participantes do programa para manifestar o interesse em fazer a semeadura de cereais de inverno. Cooperativas e casas agropecuárias fornecem as sementes e insumos para o plantio e o produtor realiza o pagamento ao final da safra, quando entrega os grãos e recebem o subsídio por hectare cultivado.
Os grãos entregues pelos produtores às cooperativas são destinados às agroindústrias e fábricas de ração instaladas no Estado. Além disso, haverá uma cota de recursos disponíveis para o incentivo à produção de silagem com cereais de inverno nas propriedades rurais.
O grande esforço de Santa Catarina para aumentar o cultivo de cereais de inverno se dá pelo imenso consumo de milho das cadeias produtivas de carnes e leite. O agro catarinense consome mais de 7 milhões de toneladas do grão por ano e grande parte desse volume é importado de outros estados ou países. Na safra 2021/2022, as lavouras do estado sofreram com a estiagem prolongada e a produção deve ter uma queda de 34,5%. As estimativas do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa) apontam para uma colheita de 1,7 milhão de toneladas, sendo necessário importar cerca de 6 milhões de toneladas do grão este ano.
REGIÃO REFERÊNCIA
O Alto Vale do Itajaí se tornou uma referência na produção de cereais de inverno e o case de sucesso deve ser replicado em outras regiões de Santa Catarina. Em seu primeiro ano de execução, o Projeto de Incentivo ao Plantio de Cereais de Inverno Destinados à Produção de Grãos mudou a realidade de produtores e agroindústrias em Rio do Sul. A parceria entre Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Cooperativa Regional Agropecuária Vale do Itajaí (Cravil) e Pamplona Alimentos resultou em uma movimentação financeira de R$ 50 milhões, além da redução na dependência de milho e do aumento na renda de quem produz.